Suinã
Siba e Fuloresta
Quando o mulungu ponteia
baião de espinho canhoado
fulora o facho
todo encarnado
do jeito de quem tem sangrado
suinã, ai ai, suinã
nem sou mais eu
que pensa o que tem pensado.
Quando o mulungu ponteia
baião de espinho canhoado
fulora o facho
todo encarnado
do jeito de quem tem sangrado
suinã, ai ai, suinã
nem sou mais eu
que pensa o que tem pensado.
Ulisses não há mar não há riso ulisses
não há sílaba na mala mal arrumada
não há palavra nem há beira não há nada
nem a praga desairada
ou a máscara de pedra
e sob os teus pés me derramar
ser altar ou ninfa cega
a água que desmancha o véu
e leva o cantar
solitário de um pássaro
ouvindo os teus passos
carpindo a cruz de um verso
ou cuspindo a dor no prato
ulisses não há mar não há lei
não há risco nem há rei
e sousândrade sorrindo te dirá:
E este vento que me açoita as faces
De condenado e arranca-me os cabelos?
havana | 2013